O otimismo Θ a primeira caracterφstica de um Tigre e algo disso jß se devia ter engendrado entre os fados ao nascer J·lio em Bruxelas, num Agosto de 1914 quando a Europa estreava a sua Grande Guerra. Mas J·lio Cortßzar, com nomes espanh≤is e pais latinos, estava jß cavalgando entre os dois continentes onde veio a decorrer toda a sua vida. Era um argentino da Europa, como sonham sempre os portenhos, e estava condenado pela sorte, adversa ou favorßvel, a sofrer de perto os rigores do confronto e a sofrer, intimamente, os rigores que caφam sobre o resto da humanidade.
Segundo os tratadistas, os tigres sπo tenazes atΘ α teimosia, e J·lio Cortßzar nπo ia ser menos do que qualquer outro autor obcecado por um tema. O seu era o dos latino-americanos de Paris e o da injustiτa que vinha do Norte, do mundo rico. Hß uma obra menor, "62 - Modelo para armar", que pode ser o primeiro sintoma dessa teimosia numa ideia, do perfectφvel de uma trama que se desdobra noutras hist≤rias, mas que Θ um fio condutor constante. Se trata de situar argentinos em Paris, na grande cidade sonhada sempre desde Buenos Aires, e fazer-lhes iniciar uma relaτπo complexa com a realidade que lhe Θ externa, mas que sentem intimamente na sua alma universal. A generosidade, o entusiasmo e a sinceridade do Tigre sai a reluzir, embora se queira esconder, por pudor, nos personagens que, a pedaτos, descrevem o idealista Cortßzar. E essa obsessπo se repete desde a magnφfica Rayuela: a ·nica novela que pode percorrer-se α maneira clßssica, com o mφstico mapa do autor ou pela sorte dos dados.
TIGRES C╔LEBRES
Charles De Gaulle, Francisco Goya, Oscar Wilde, Eisenhower, Luφs XIV de Franτa, Tennessee Williams, Isabel II de Inglaterra, Nicola Paganini, Tintoretto, Boris Pasternak, Kandinsky, Ho Chi-ming, Elizabeth Barrett, Rafael Alberti, Camille Pissarro, Emily Brontδ.
